sábado, 27 de dezembro de 2014

Monitoramento dos dados de precipitação

Uma das principais fontes de água - fundamental à vida animal e vegetal - tem como origem a chuva. No entanto, a chuva é um fenômeno climático que ocorre de forma diferente em algumas regiões do Brasil.
No estado de São Paulo, nos últimos meses, temos vivido uma situação preocupante de falta de chuva, e agora o problema pode ser outro: o excesso de chuva. Enquanto que, em algumas partes do Nordeste, as chuvas não acontecem o ano inteiro.
Essas duas condições antagônicas (de falta e excesso de chuva), por um lado, afetam diretamente a agricultura, o abastecimento de água e a geração de energia, e, por outro lado, provocam sérios estragos causados pelas enchentes, inundações e desmoronamentos, com repercussões nas atividades socioeconômicas.
As principais características de chuvas são a sua quantidade e intensidade, cujos valores variam ao longo de um período de tempo (ano, mês, dias) em determinados lugares. O conhecimento preciso destas características principais é essencial para o planejamento e a avaliação eficaz dos fenômenos provocados pela chuva. Daí a importância de se monitorar os eventos de chuva, especialmente no extenso território brasileiro.
O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE) é um dos principais órgãos geradores de informações sobre a quantidade, intensidade e distribuição das chuvas, em diferentes lugares e épocas do ano no Brasil. Para entender a linguagem praticada nesse meio, uma boa referência, é conhecer os índices, citados abaixo, comumente utilizados para monitorar os eventos da chuva.
Índice de Precipitação Padronizado (SPI)
O Índice de Precipitação Padronizado (do inglês "Standardized Precipitation Index – SPI") é normalmente utilizado para o monitoramento das condições associadas à seca e ao excesso de chuva. O CPTEC/INPE utiliza os dados de precipitação em ponto de grade acumulados mensalmente, provenientes de diversas fontes de dados do Brasil. O SPI é um índice obtido por meio da normalização da precipitação mensal, para diferentes escalas de intensidades, a partir de uma função de distribuição de probabilidade. Valores SPI negativos representam o déficit de precipitação, enquanto que os valores positivos SPI indicam superávit de chuva.
A intensidade do evento de seca pode ser classificada de acordo com a magnitude de valores negativos SPI, tal que os maiores valores negativos SPI são os mais grave. Além disso, a SPI permite quantificar o valor de precipitação de chuva para diferentes escalas de tempo (por exemplo: 1, 3, 6, 12 ou 24 meses de chuva), significando o período durante o qual se acumula o valor de precipitação (por exemplo: o SPI 03 corresponde à precipitação acumulada em 3 meses). A tabela a seguir resume as categorias de intensidade de um evento de seca a partir do SPI.
Categoria
Intensidade
Limiares de SPI
D0
fraca
-0,5 a -0,7
D1
moderada
-0,8 a -1,2
D2
severa
-1,3 a -1,5
D3
extrema
-1,6 a -1,9
D4
excepcional
-2,0 ou menor

Medição do índice pluviométrico

O volume de um líquido é medido em litros ou em metros cúbicos, mas os registros de precipitação pluvial (de água de chuva) são medidos habitualmente em “milímetros”. Esta é a unidade à qual os institutos meteorológicos se referem, para divulgar os seus diagnósticos de chuva na mídia.
Em princípio, o índice pluviométrico refere-se à quantidade de chuva por metro quadrado em determinado local e em determinado período. O índice pluviométrico é calculado em milímetros. Para coletar esses dados de precipitação, as estações meteorológicas espalhadas pelo Brasil utilizam o aparelho conhecido como pluviômetro.
Por exemplo, em uma determinada metrópole, o índice pluviométrico anual é em média 2000 milímetros. Essa unidade pode ser definida como se tivéssemos nesse local uma caixa aberta, com área de base de 1 metro quadrado, contendo água dentro dela com altura de 2000 milímetros, coletada em um ano. Do exemplo dado, o volume de chuva anual de 2000 milímetros pode ser convertido como: (1 m x 1 m) x 2 m = 2 m3 = 2000 litros.
Assim, quando os noticiários divulgam que em uma cidade choveu 10 milímetros, significa que essa seria a altura média alcançada pela água a partir do chão, na área total da cidade em determinado período de tempo.
Fonte: CPTEC/INPE
crédito: CPTEC/INPE
Condições de seca regional
O mapa mostra as condições de seca na região do estado de São Paulo, correspondente ao valor SPI 01 de precipitação acumulada em um mês, disponível no mês de março de 2014.




Nenhum comentário:

Postar um comentário