segunda-feira, 23 de março de 2020

COVID-19: Queda na Poluição do Ar da China

Na China, a poluição por dióxido de nitrogênio (NO2) ainda é um problema crônico. Curiosamente, dados recentes da Agência Espacial Europeia (ESA, em inglês) mostraram uma redução acentuada na concentração de NO2 na China, coincidindo com seu programa de desaceleração econômica para enfrentamento ao coronavírus (COVID-19).
Quando as notícias sobre o coronavírus foram divulgadas na província central de Hubei (região industrial na China), no final de dezembro de 2019, foram adotadas medidas drásticas de restrição pelas autoridades chinesas. Como resultado, operações de usinas, indústrias e veículos foram reduzidas, entre outras contenções de movimento de pessoas, tudo isso para evitar a propagação da doença.
Provavelmente, isso levou a uma redução significativa nas emissões de dióxido de nitrogênio (NO2) em todas as principais cidades chinesas entre o final de janeiro e fevereiro de 2020. A queda nas emissões também coincidiu com a comemoração do Ano Novo Lunar, que geralmente observa uma queda semelhante nas emissões anuais.
O dióxido de nitrogênio (NO2) é um subproduto da combustão de combustíveis fósseis (como carvão, petróleo, gás e biomassa), além de incêndios florestais, e pode causar graves problemas respiratórios, como a asma.
À medida que diminui a epidemia de coronavírus na China, muitas províncias diminuíram seus níveis de resposta para lidar com as emergências. Escolas, fábricas e outros espaços públicos estão começando a reabrir e os trabalhadores estão gradualmente retornando aos seus empregos. Como consequência, desde o início de março de 2020, os níveis de dióxido de nitrogênio também começaram a aumentar.

Medições de Níveis de Poluição por NO2 na China

O Copernicus Atmosphere Monitoring Service (CAMS), o programa de observação da Terra da União Europeia, observou uma diminuição de material particulado fino - um dos poluentes atmosféricos mais importantes - em fevereiro de 2020 em comparação aos três anos anteriores. Ao combinar observações da Terra por satélite com modelos de computador detalhados da atmosfera, seus estudos indicaram uma redução de cerca de 20 % a 30 % em material particulado na superfície de grandes partes da China.
O Sentinel-5P é a primeira missão do Copernicus dedicada ao monitoramento da nossa atmosfera. O satélite carrega o moderno instrumento TROPOspheric Monitoring Instrument (TROPOMI) para mapear uma infinidade de vestígios de gases, como dióxido de nitrogênio, ozônio, formaldeído, dióxido de enxofre, metano, monóxido de carbono e aerossóis - todos afetando o ar que respiramos e, portanto, nossa saúde e nosso clima.
Os dados numéricos monitorados pelo CAMS podem ser visualizados, por exemplo, em forma de mapas, onde as nuvens coloridas mostram a distribuição de NO2 na troposfera global, medidas em unidades de densidade média de NO2 troposférica (micromol por metro quadrado ou µmol/m2). Ele reflete a quantidade total do gás na atmosfera acima de um determinado local. Quanto mais escura a nuvem, maior a concentração de NO2 em uma área
Fonte: NASA e ESA
Emissão de NO2 pela China no período do Coronavírus
crédito: ESA
Emissão de NO2 pela China no período do Coronavírus
Os mapas acima mostram os valores de NO2 na China de 1 a 20 de janeiro de 2020 (antes da quarentena) e de 10 a 25 de fevereiro de 2020 (durante a quarentena). Os dados foram coletados pelo Tropospheric Monitoring Instrument (TROPOMI) no satélite Sentinel-5P, da ESA.

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