quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC): Efeitos do aquecimento no mundo

As mudanças climáticas em todo o mundo constituem sérias ameaças para a conservação da natureza e, agora com maior preocupação, a integridade da saúde humana, anunciaram os especialistas e colaboradores internacionais, no mês de abril de 2014, de acordo com o 5º Relatório de Avaliação (AR) sobre Mudanças Climáticas, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
O referido documento relata que a sociedade atual, na maioria dos casos, se encontra mal preparada para os efeitos nocivos provocados pelo aquecimento global. E mais, alerta que se nada for feito para contê-lo, decorrente do aumento da temperatura cada vez mais evidente, as consequências serão catastróficas e generalizadas, com impactos que podem tornar-se irreversível. 
Concluiu que esse problema pode ser revertido sem muito sacrifício, se as nações - sobretudo os governantes e as organizações - em conjunto agirem rapidamente para limitar as mudanças climáticas, mitigando as emissões de gases de efeito estufa. Diz ainda que a transformação para um mundo mais limpo é possível, desde que a temperatura devido ao aquecimento global não exceda a 2 graus Celsius até o ano de 2100, ante uma previsão sombria de 3,7 °C a 4,8 °C se não gerida de forma efetiva os padrões atuais.
Mesmo alarmante, o Relatório de Avaliação tem como propósito conscientizar e fornecer informações em níveis de prioridades, para a tomada de decisões mundiais sobre o tema.

Sobre o IPCC

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), sob os auspícios da Organização das Nações Unidas (ONU), é o principal órgão internacional para avaliar as mudanças climáticas. Foi criado, em 1988, pela Organização Meteorológica Mundial (WMO) e pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP) para fornecer ao mundo uma visão científica clara sobre as mudanças climáticas e seus potenciais impactos ambientais e socioeconômicos.
Os diversos representantes, designados pelos Estados-membros, entre os quais o Brasil, contribuem para o trabalho do IPCC.

Entendendo o problema

O Relatório de Avaliação (RA) destaca a alta emissão do gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2) na atmosfera como a principal causa da mudança climática e o aumento da temperatura na terra. Estudos mostram que as emissões de CO2 cresceram significativamente entre os anos de 2000 e 2010, comparadas ao período anterior de 1970 a 2000.
O IPCC diz que a mudança climática já está levando a problemas de inundações, aquecimento da atmosfera e oceanos, migração das espécies, encolhimento de geleiras, doenças transmissíveis por vetores, diminuição da produtividade na agricultura e abastecimento de alimentos.
Diante desses cenários, como meta de redução de emissões, o IPCC tem proposto possíveis caminhos para que o mundo possa mudar de curso rapidamente, em direção às fontes de energia não poluentes e renováveis​​, e assim diminuir substancialmente a queima de combustíveis fósseis (gás, carvão e petróleo) nas próximas décadas.

Tratamentos dos resultados de avaliações

Como em outros campos da ciência e tecnologia, o tratamento coerente, uniforme e transparente das incertezas é claramente reconhecido pelo IPCC na preparação de suas avaliações de mudanças climáticas.
Os resultados experimentais não são totalmente perfeitos, de verdades absolutas, o que pode levar a dúvidas ou ser questionados. Assim, para evidenciar cada vez mais o entendimento em termos quantitativos (tratados de modo probabilístico) e qualitativos (tratados por outros meios confiáveis), estudos dos fatores interferentes e seus comportamentos têm sido realizados com o intuito de aumentar a confiança e a aceitação geral das avaliações sobre o clima em todo o mundo.
Nos Relatórios de Avaliações dos Grupos de Trabalhos do IPCC, termos específicos são utilizados para denotar quantitativamente a confiança em um resultado: praticamente certo (faixa de probabilidade de 99 % - 100 %); extremamente provável (95 % - 100 %); muito provável (90 % - 100 %); provável (66 % - 100 %); provável que não (33 % - 66 %); improvável (10 % - 33 %) e muito improvável (0 % - 10 %). A confiança também é formalizada qualitativamente como: muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto.
Como consta na nova avaliação do IPCC (2013), em seguida, encontra-se ilustrado um bom exemplo - claro e conclusivo - de aplicação dos conceitos convencionados:
Os cientistas estão cada vez mais convencidos da afirmação sobre o clima, que o aumento registrado na temperatura global é causado pela atividade humana, observado desde a década de 1950Em 1995, pouco mais de 50 % dos especialistas acreditava que esse era o caso. Em 2001, esse percentual era de 66 % e em 2007 subiu para 90 %. Em setembro de 2013, os especialistas apontaram como "extremamente provável" (que significa que há uma certeza de, pelo menos, 95 %).
A própria evidência tem aumentado ao longo dos anos, graças à melhoria das observações, da compreensão da resposta do sistema climático e do detalhamento dos modelos ambientais.
fonte: IPCC
crédito: the global journal
IPCC: mudanças climáticas
Limitação das mudanças climáticas exigirá uma redução substancial das emissões de gases de efeito estufa em todo o mundo

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